Orson Peter Carrara nasceu em Mineiros do Tietê - SP no dia 10 de março de 1960.
Filho de pais espíritas (Roberto Pasqual Carrara e Genoefa Altemari Carrara), desde cedo vinculou-se ao Centro Espírita "Francisco Xavier dos Santos".
Atualmente reside em Matão - SP com a família.
Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve na maioria dos estados do país, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita.
Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas, sites e jornais do país, além de boletins regionais, no país e no exterior.
Autor de treze livros, seus textos caracterizam-se pela objetividade e linguagem acessível a qualquer leitor, estando disponibilizados em vários sites de divulgação espírita.
Em seu site www.orsonpcarrara.com.br e blog orsonpetercarrara.blogspot.com, por gentileza e carinho de amigos, a maioria de seus textos estão disponíveis, entre clips, entrevistas e vídeos.
Com grande facilidade para escrever e relacionamento interpessoal, Orson tem conquistado amigos por todos os lugares onde vai. Segundo ele mesmo afirma, os amigos que lhe partilham a vida, em vários lugares do Brasil, têm sido o grande tesouro de sua existência após as alegrias vividas em família.
Também mantém colunas em diversos jornais e sites não espíritas, com abordagens de estímulo ao crescimento do ser humano, onde normalmente faz indicações de filmes e livros, entre outras abordagens.
Outra experiência que Orson tem vivido é palestrar para público não espírita, em temas de interesse comunitário, de cunho educativo e incentivador às boas causas humanas. Para isso dedica também seu tempo na elaboração de palestras e abordagens para escolas, professores e eventos de caráter cultural.
Entusiasta divulgador espírita, está sempre envolvido com estudos, leituras, textos e palestras. Admirador inveterado da boa música, de bons filmes e livros, sua realização pessoal está em falar em público e escrever, além da convivência com a família e os amigos.
Alguns de seus artigos
O título que talvez o leitor estranhe foi o título da palestra proferida pelo médico Alexandre Perez, de Marília-SP, autor do livro Desafios da Sexualidade (editora EME), que tive oportunidade de ouvir e aprender um tanto mais sobre a temática. A obra foi lançada no evento.
O livro trata da história da libido e suas expressões, aborda vivência sexual, sexualidade infantil e adulta, dificuldades da adolescência, namoro, noivado, casamento, separação. Mas também faz considerações sobre distúrbios do desejo, homossexualidade, adentrando também em temas de difícil abordagem, como masturbação, infidelidade, promiscuidade, entre outros.
O que relacionei acima são alguns dos títulos dos capítulos da obra com 350 páginas, que apresenta-se em linguagem clara, objetivo e com muita classe no enfrentamento de assuntos que é preciso coragem e lucidez para abordar.
Conduzido com muita didática e facilmente perceptível o nível de pesquisa do autor, não posso deixar de indicar aos leitores. Afinal, como fica o título do presente artigo? Sublimar a libido? De que forma. Pois eis a classe no desenvolvimento do tema.
Libido lembra desejo sexual, prazer. Mas está além disso. É antes uma força propulsora do desenvolvimento humano, não se restringindo ao sexo, que igualmente tem história própria. Afinal, sexo e sexualidade são questões distintas, solicitando entender seus variados aspectos e desdobramentos.
O autor foi feliz no livro e na palestra. Gostei muito. E sempre que encontro algo que pode trazer benefícios coletivos, não tenho dúvida: espalho a boa notícia!
Desejo, pois, estimular o leitor a conhecer a obra, que vai se surpreender com o conteúdo, especialmente considerando os preconceitos ainda presentes na questão da diferenciação dos sexos e seus inúmeros aspectos que envolvem tantos detalhes da vida humana.
Afinal, charme e romantismo, paixão, sedução, erotismo, prostituição, infidelidade, estão entre os apelos diários explorados pela mídia. E o que não dizer das fantasias sexuais e das fixações que se transformam em tragédias passionais?
Sem preconceitos ou vulgaridade, os temas felicidade no sexo ou até mesmo satisfação sexual – tabus que geraram e ainda geram tantos distúrbios emocionais e psicológicos – também merece ser estudado com seriedade. Afinal a família surge da união masculina e feminina, gerando filhos que serão cidadãos ativos na sociedade e que precisam aprender desde cedo a respeitar a si mesmos e ao próximo, como recomenda a orientação máxima deixada à humanidade.
O leitor encontrará fácil o livro nas distribuidoras pela internet. Não deixe de ler, obra educativa que vai beneficiar o leitor e sua família, nos desafios da sexualidade.
Repensar o conceito de libido, pesquisar e conhecer seus aspectos, fará o leitor abrir uma imensa janela no entendimento da própria vida, progredindo e amadurecendo nos enfrentamentos diários. Especialmente no que se refere ao Dever, na linda mensagem apresentada por Lázaro em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 17, item 7, quinto parágrafo: “(...) O homem deve amar o dever, não porque o preserve dos males da vida (...), mas porque dá a alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento (...)”, que igualmente podemos ligar à lição assinada por Georges, no mesmo capítulo, item 11, na mensagem Cuidar do corpo e do espírito, que recomendamos aos leitores.
Sempre oportuno destacar a médium Yvonne Pereira, sinônimo de segurança doutrinária em termos de mediunidade com Jesus. Yvonne é ainda uma grande desconhecida dos espíritas e seu trabalho deve sempre ser lembrado, pois o conteúdo de suas extraordinárias obras – repletas de ensinos e exemplos – é farol a iluminar a atividade mediúnica espírita.
De seus livros, os incomparáveis Devassando o Invisível e Recordações da Mediunidade, ambos publicados pela FEB, são autênticas pérolas de orientação. Os grupos mediúnicos devem incentivar seu estudo conjunto entre os participantes de suas reuniões. Igualmente os romances, notadamente Amor e Ódio, Ressurreição e Vida, Sublimação e Nas Voragens do Pecado, entre outros, são obras preciosas, que devem constar de nossos programas de divulgação literária espírita para o grande público. O que dizer, então, de Dramas da Obsessão e Memórias de um Suicida, obras de altíssimo nível doutrinário, com perfil orientador para os caminhos humanos.
Yvonne nasceu no dia 24/12/1900 e sua desencarnação ocorreu no dia 09/03/1984. De origem humilde, enfrentou dificuldades a vida toda, dedicou-se ao estudo e prática espírita e deixou legado doutrinário de expressiva importância, seja com a farta literatura que produziu como médium ou como fruto de suas próprias reflexões, seja pelos exemplos de amor ao próximo, de desprendimento e firmeza de caráter.
Durante muitos anos publicou valiosos artigos na revista Reformador, da FEB, e sua vida exemplar foi alvo de várias obras biográficas, que exaltam sua personalidade e seu trabalho em prol da vivência espírita. Dos artigos publicados em Reformador resultou outra fabulosa obra: À luz do Consolador, de incomparável conteúdo para entendimento dos postulados espíritas. De seu livro Memórias de um Suicida resultou também o trabalho Lições de um Suicida, de Abel Sidney, pela Editora Allan Kardec, outra valiosa referência doutrinária que estuda a obra original.
Homenageando, com gratidão, a querida médium, permito-me transcrever ao leitor dois pequenos trechos da entrevista concedida por Yvonne à Revista Internacional de Espiritismo e publicada em maio de 1972, em dois itens de suma importância para qualquer estudioso comprometido com a própria melhora moral, objetivo maior do Espiritismo:
a) “(...) Nosso futuro em Além-Túmulo depende das ações praticadas durante a vida terrena, ou seja, dos méritos ou deméritos adquiridos neste mundo (...). Cabe-me apenas esperar pela justiça e misericórdia de Deus (...)”;
b) “(...) O melhor meio de a palavra dos Espíritos chegar pura e de boa qualidade é procurar o médium moralizar-se, elevar-se espiritualmente, fazer-se humilde, reconhecer as próprias fraquezas e jamais se considerar excelente ou indispensável, além do dever de exercer o bem em toda parte. Eis como o médium poderá influenciar nas mensagens que recebe. (...)” .
Conhecer, pois, a biografia de Yvonne, é munir de material muito rico para agir com coerência e bem afinado com a proposta da Doutrina Espírita e correto uso da faculdade mediúnica.
E para bem mais conhecer a notável médium e sua rica biografia, sua extensa obra, quero sugerir ao leitor o livro À luz do consolador, acima citado. Nas respostas às perguntas que lhe eram enviadas por carta, ela compôs ricas matérias, repletas de conteúdo doutrinário que fazem compreender com profundidade os alicerces basilares do Espiritismo. Com casos verídicos que lhe chegavam, exemplos de sua própria disciplina nos estudos e lucidez de seu conhecimento, Yvonne produziu matérias extraordinárias que, felizmente, foram reunidas na obra em questão.
É obra que faz compreender com exatidão a lei de causa e efeito, estimula a conquista de virtudes, mostra exemplos de superação, faz adentrar de maneira didática e objetiva no fabuloso mundo do conhecimento espírita.
A primeira atitude daquele homem foi descer do animal, um cavalo ou um camelo. Em sua caminhada encontrou aquele homem ferido, que havia sido desprezado por dois outros que ali passaram, conforme narra a conhecida Parábola do Bom Samaritano. Todo mundo conhece a parábola, nem é preciso narrar novamente. Seus personagens e desdobramentos são muito conhecidos e as lições morais daí decorrentes igualmente tocam o coração humano com lições incomparáveis.
Deixemos, todavia, aquelas lições já conhecidas, divulgadas e disponíveis para quem deseja ampliar o assunto e conhecer mais. Fixemo-nos na ocorrência da decisão do terceiro personagem, o bom samaritano, que encontrou o homem caído e ferido.
Sua primeira atitude foi descer do animal que o transportava. Isso não se deve apenas ao fato da comodidade de estar mais próximo, mas mostra a postura de decisão, de humildade principalmente, ao aproximar-se do enfermo caído. Antes de qualquer outra iniciativa de apoio que se sucedeu, como conhecida, ele antes desce do animal, aproxima-se, verifica a necessidade, para depois, então, agir como exigia o momento.
A ocorrência é repleta de ensinos. Ele sentiu a dor alheia, preocupou-se com a dificuldade, não se manteve no pedestal da facilidade de locomoção que se encontrava – o que naturalmente pode ser comparado com as facilidades do nome, do cargo, da posição social, entre outras circunstâncias –, que todos normalmente desfrutamos.
Ao aproximar-se, providenciou o que era necessário, como conhecido. Antes, a indiferença dos outros dois personagens. Sua aproximação, contudo, mudou todo o quadro da história. Desceu do animal com a disposição de ajudar, de fazer-se presente no que era necessário, de levar adiante as providências que o momento exigia.
As lições preciosas da citada parábola estão em todo o trecho. Desde o orgulho e a indiferença dos outros dois personagens e ganha destaque já a partir da decisão de socorrer o infeliz, quando, então, desce do animal.
Sim! Precisamos observar atentamente este dado inicial da parábola. Também precisamos descer dos pedestais do orgulho, do egoísmo, da prepotência, da vaidade, da indiferença. Na verdade, trazemos conosco o dever de atenuar as agruras alheias. Fácil? Nem sempre! Muitos desafios se apresentam nessa decisão de auxiliar a quem precisa, mas é importante que não permaneçamos indiferentes, que façamos o que esteja ao nosso alcance.
E esta decisão não se resume apenas no socorro à dificuldade alheia. Ela pode ser ampliada por meio da boa vontade e da disposição em ser útil. Também se encaixa perfeitamente em facilitarmos o andamento das providências e ocorrências do cotidiano. Seja no trato com um animal doméstico, com uma criança, com idosos, com outros adultos de nosso relacionamento, perante as providências diárias, na vida social, familiar ou profissional.
Desçamos, pois, de nossas pretensões. Aproveitemos a bela lição para revermos nossos próprios comportamentos perante perspectivas da própria vida e principalmente perante as dificuldades alheias...
Nov.2009
Nós, iniciantes aprendizes na arte e na ciência de amar, faladores teóricos da sabedoria do Evangelho e tímidos ou receosos praticantes do amor trazido ao planeta pelo Mestre da Humanidade, temos mesmo muito que aprender até que nos capacitemos devidamente aos caminhos da iluminação interior. Pelo menos, todavia, já estamos a caminho. Estamos aprendendo e de tanto falar, comentar, escrever, vamos gradativamente assimilando as questões.
A expressão “doutores em amor” foi usada por Lúcius, na psicografia de André Luiz Ruiz, no livro Herdeiros do Novo Mundo, mais um clássico da lavra do competente autor espiritual e boa sintonia do médium, na edição do IDE. A citação está no capítulo 12 – Dúvidas e Orientações, e consta da página 129 da 1ª edição. No citado capítulo o autor relata o caso de dois trabalhadores de uma instituição religiosa que resolveram unir as próprias vidas nos caminhos do afeto após o homem enviuvar, sendo a moça bem mais jovem e economicamente mais necessitada. Pronto! Foi o suficiente para o desabrochar dos estiletes metais de inveja, de crítica e condenação, especialmente dos numerosos “doutores em amor” que usavam da tribuna para falar de amor ao próximo ou de senhoras ditas pulcras, conforme citado no próprio texto, detentores todos apenas do conteúdo intelectual e ainda distantes da prática autêntica do amor.<>br/ Bom, convenhamos, ainda somos assim. Mesmo em nossas instituições. O exemplo citado no capítulo ocorreu numa instituição espírita! A moça, no caso citado, teve que se afastar das reuniões públicas face à hostilidade silenciosa e maldosa da condenação que julga com crueldade.
E isto, como se sabe, afeta diretamente o ambiente de trabalho, tão carinhosamente preparado pelos espíritos benfeitores de toda instituição que se dedica ao bem, com prejuízos evidentes e gradativos que abrem caminho às inteligências ainda voltadas ao combate da luz.
É... Temos todos muito que aprender. Ainda somos muito teóricos, fazemos citações de capítulos, páginas, autor, etc. Mas nos corroemos por dentro com egoísmo feroz nas tentativas de impor e condenar.
Nas lamentáveis lutas internas das instituições – religiosas ou não –, ainda travadas com disputas de cargos ou pontos de vista, fica evidente na indicação do autor espiritual no mesmo capítulo que “(...) a luta do presente é a do indivíduo mudar-se a si mesmo para auxiliar na mudança do todo (..)”. E continua no capítulo seguinte: “(...) A Misericórdia nos convoca a modificar nossos sentimentos (...)”.
Eis a solução para inúmeros desafios defrontados diariamente em nossa realidade cotidiana, seja na vida familiar ou coletiva, na profissão ou nos trabalhos e ideais a que nos entregamos. Algo para pensar seriamente.
Aliás, fica a dica do livro. Mais uma obra notável!
Sim, a preocupação primeira foi com as outras pessoas, antes de si. Usou o próprio tempo, os próprios talentos e habilidades, o emprego das próprias forças, sua inteligência e os recursos disponíveis para dedicar-se às intenções generosas que alimentavam seu coração, em benefício de outras pessoas.
Uma intenção verdadeiramente pura, sem interesse pessoal, moveu suas ações. Desprovida de bens materiais, consolou-se diante da impossibilidade de fazer tudo quanto gostaria. Mas a satisfação que sentiu podendo auxiliar garantiu-lhe ímpar felicidade. Na verdade, limitou-se ao alcance de suas possibilidades, que não eram poucas. Sim, porque movida pelo desejo de ser útil, encontrou mil maneiras de ser ou estar presente, pois que as procurou e verdadeiramente encontrou. Afinal compreendeu com facilidade que não há ninguém que não possa ser útil de alguma forma, de prestar um serviço, de dar um conselho ou uma consolação, de oferecer um recurso, seja com seu tempo, seu trabalho, até mesmo o tempo de seu repouso ou usando suas forças e inteligência.
É interessante porque quantos de nós não nos lamentamos de nada poder fazer porque nos faltam recursos. Mas quando se fala em algo fazer, isso não envolve necessariamente recursos materiais. Como ela, podemos perceber que há os recursos do tempo, da inteligência, das habilidades, de providências simples que muitas vezes não envolvem dinheiro.
Muitas vezes a simples disposição, a boa vontade, o bom ânimo e mesmo o bom humor são capazes de remover obstáculos imensos, antes considerados intransponíveis.
Ela faz a diferença, porque pensa antes nos outros.
Afinal ela é paciente, é doce e benfazeja. Também não é invejosa, não temerária e nem precipitada. Não se enche de orgulho e também não é desdenhosa. E mais surpreendente: não procura seus próprios interesses, não se melindra e não se irrita com nada, pois que simplesmente compreende. Também não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade, tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
Sim, o leitor já descobriu. Até Renato Russo foi inspirado por ela e compôs bonita música que lhe destaca as virtudes.
Ela, sim, somente ela, a caridade. Ela, aquela que extrapola a esmola e se estende principalmente nos relacionamentos, sempre pensa no bem estar alheio, tudo faz para que os outros se sintam bem, ainda que com o próprio sacrifício. É que a verdadeira caridade pensa nos outros antes de pensar em si. Jesus bem a retratou no Óbolo da Viúva e Paulo de Tarso a estampou dizendo que se não tivermos caridade, nada seremos, ainda que tudo tenhamos.
Somente quando percebermos o bem que ela pode distribuir seremos mais felizes. Afinal, não é nossa posição social, nem tampouco nosso título, nome, idade, sexo, patrimônio, cargo ou religião que nos garante serenidade e paz, mas sim a caridade que colocarmos nos pensamentos e nas ações de cada dia. É ela que garante o bem estar individual e coletivo e igualmente traz a tranquilidade e a paz para a vida em sociedade. Ela é capaz de remover as misérias sociais, aproximar pessoas, desenvolver o amor e finalmente aproximar-nos uns dos outros por meio da tolerância e da fraternidade, valores tão esquecidos nos dias atuais.
Usemo-la sem medo. Não há qualquer contraindicação, nem efeitos colaterais ou custos financeiros.
O exercício da vontade é o agente impulsionador na alteração das circunstâncias e fatos. É preciso ter vontade, querer, modificar estados emocionais depressivos para que todo o panorama interior e exterior comece apresentar os efeitos desse esforço.
É comum que nos fechemos em pontos de vista sombrios, fixados no desânimo, na tristeza, no desprezo ou indiferença, na desconfiança ou no descrédito de nossa própria capacidade em vencer obstáculos ou superar dificuldades.
O simples fato de acreditar-se incapaz já é fator determinante de fracasso. A primeira postura é, pois, de confiança em si mesmo. Acreditar, confiar, pensar de maneira positiva, por sua vez, igualmente é fator determinante para que se alterem as circunstâncias e se abram os espaços que procuramos.
O fato de confiar e querer altera nossa maneira de pensar, de ver e analisar os fatos. E isso facilita o andamento melhor dos acontecimentos e a superação dos obstáculos.
Portanto, é só querer. Com um detalhe: é preciso saber querer. Afinal, esse querer tem que ser compatível com o tempo, o bom senso e a lógica. É comum que exageremos nas opiniões; é comum que nos deixemos vencer pela ansiedade, pelo medo ou pela precipitação... Até que uma certa dose de ansiedade e medo são salutares, defendendo-nos. Mas, existem comportamentos ansiosos que são extremamente danosos à serenidade que se busca.
Timidez, medo, complexo de inferioridade ou superioridade, insegurança chegam até a ser comportamentos normais, face à nossa condição humana. Tudo que é novo ou traz mudanças causa isso. O segredo está, porém, na administração da situação para superação desses desafios.
Aceitar-se a si mesmo, amar – principalmente a si mesmo igualmente – , ponderar com critério as situações, analisar com calma, saber esperar, refletir, são as atitudes recomendáveis. Todos somos capazes e detemos potencialidades imensas, interiormente. Mas é preciso querer. Sim, querer desenvolver-se, querer aprender, querer libertar-se do medo, das dependências...
E, ao mesmo tempo, procurar tirar de cada acontecimento, de cada obstáculo, de cada adversidade ou contrariedade, uma lição. Pois sempre há lições.
Por outro lado, renunciar à inveja, esquecer o ciúme. Eles são verdadeiros bloqueadores psicológicos de nossa intensa capacidade.
Fácil? Não, não é fácil. É, todavia, um exercício. Que vai exigir perseverança, determinação, mas cujos resultados trarão equilíbrio e paz interior.
Não é o que desejamos?
Portanto, se você está triste, cansado, deprimido, analise a situação, busque as razões. Entreviste-se com perguntas claras e respostas honestas. Se está achando que tudo na vida lhe dá errado, reflita com mais atenção e descobrirá muitas vezes as causas na ansiedade, na precipitação, ou até mesmo em sentimentos que são simplesmente dispensáveis e muitas vezes inúteis. Já será meio caminho para recuperar-se.
Se você está bem, espalhe sua alegria, contagie o ambiente com o otimismo e estenda suas mãos para aqueles estão vivendo momentos de dificuldades. Com isso estaremos melhorando o ambiente do planeta...
Espalhar alegria e esperança e melhorar nosso ambiente familiar ou profissional também é só querer...
Tenho encontrado considerável número de pessoas que alegam medos diversos. Medos que variam de preocupações naturais ou exageradas até aqueles provenientes de traumas causados também por diferentes origens.
Sentir medo é humano, normal, natural. O problema está quando o medo extrapola os limites do bom senso. Ele, o medo, é muitas vezes necessário, pois nos preserva de perigos e constitui um mecanismo sábio do instinto de conservação. Mas quando ultrapassa os níveis estabelecidos pela natureza, torna-se perigoso inimigo. Sim, pois nos trava a potencialidade, paralisa as forças, gera doenças e provoca estragos consideráveis, especialmente na mente.
O segredo está em entender os próprios medos. Para isso é preciso inteirar-se sobre a temática que nos assusta para poder enfrentar a questão. O grande problema do medo está na expectativa que criamos sobre determinados acontecimentos que talvez nunca venham a ocorrer e também, na maioria dos casos, na preocupação exagerada sobre o que os outros vão dizer ou vão pensar. Quer dizer: no fundo, tememos julgamentos. O que é uma bobagem, diga-se de passagem. Não somos obrigados a dar explicações a ninguém, senão por força da lei. Por outro lado, se estivermos em paz com a consciência, não há o que temer.
Percebe o leitor o alcance da questão? Agindo em conformidade com o bem, estando em paz com a consciência, não há o que temer.
Mas os perigos próprios da vida humana? Bom, eles existem, é verdade, Viver é sempre um risco, em vários sentidos. Mas, é esse risco de viver que nos amadurece. O importante é confiar na vida – que sempre conspira a nosso favor – e seguir adiante.
Medo do quê? Da morte, de perdas financeiras, de altura, de chuva, de bala perdida, de assalto, de avião, de espíritos, da perda de entes queridos? Qual ou quais são os nossos medos?
Vivamos com naturalidade, com mais alegria, confiando, e tudo melhora.
Valorizamos muito as expectativas sombrias, esquecendo-nos de que a sintonia com a alegria de viver, adotada por comportamento, altera os rumos dos acontecimentos, modifica o ambiente, os panoramas, influencia pessoas e é atitude saudável que faz bem à alma.
Claro que nunca devemos esquecer a prudência nos gestos, decisões, comportamentos e atitudes. Mas viver sem medo, claro! Viver para aprender continuamente.
Por isso, sempre que encontro pessoas que se declaram com medo disso ou daquilo, não tenho dúvidas: sempre recomendo que leiam o livro Livre-se do Medo – como superar e vencer obstáculos, da Dra. Lucy Atcheson, da editora Prumo, que, inclusive, sugere exercícios de superação, apresenta bons exemplos e dicas, além de analisar também a velha questão da insegurança, outra forma de medo.
Outubro / 2008
Orson Peter Carrara
Que tipo de reação interior promove o conhecimento espírita dentro do adepto
espírita? Como nos comportamos com o conhecimento espírita que
vamos adquirindo? Tornamo-nos espíritas operantes ou contemplativos?
Quem são esses espíritas classificados com os adjetivos que utilizamos no título da presente abordagem? Ouvimos essa classificação, atribuída pelo notável Deolindo Amorim* (1906-1984), em palestra proferida pelo querido amigo Raul Teixeira, cuja temática referia-se ao adepto espírita.
Conforme tão bem explanado por Raul, utilizando-se da classificação didática de Amorim, espíritas operantes são aqueles que, tendo adquirido o conhecimento espírita, procuram expandir, transformar em informação que auxilie outras criaturas, dando sequência aos desdobramentos naturais trazidos pelo conteúdo doutrinário, para que novas luzes se espalhem em favor de outros companheiros de caminhada.
Em síntese, são aqueles que, de posse da informação do Espiritismo, procuram multiplicá-la de forma didática, atraente e especialmente aplicada ao cotidiano das vidas humanas, para que mais e mais consciências se beneficiem da clareza e lucidez do pensamento espírita.
Essa atitude positiva, característica marcante de obreiros conscientes, na movimentação e multiplicação das idéias, não só através do verbo – mas principalmente pela ação do bem e pelo exemplo pessoal – é capaz de operar prodígios em favor da paz e do progresso coletivo.
Por outro lado, os espíritas contemplativos são aqueles que optam pela postura de acomodação, que apenas guardam o conhecimento, sem a ação correspondente esperada como fruto natural do dinamismo do próprio conteúdo doutrinário do Espiritismo. Conhecem, mas guardam para si. Descuidam-se do dever de espalhar o fruto de seus raciocínios, do entusiasmo próprio que poderiam impregnar o conteúdo de suas reflexões para que outras criaturas se beneficiem desse conhecimento.
Num instante tão grave e tão decisivo na história de nossas vidas já não podemos nos dar ao luxo de guardamos o conhecimento que vamos acumulando, deixando-o estagnado. Parece-nos que o dever primeiro que surge, após o esforço pessoal da melhora moral na aplicação pessoal do referido conhecimento, é o de espalhar, compartilhar, e especialmente utilizar mecanismos que o tornem acessível e compreensível ao maior número de criaturas, especialmente aquelas que se debatem nas agruras das angústias, do desespero, das dúvidas que massacram o coração. Tudo para que se levantem de suas agonias e possam prosseguir aprendendo e evoluindo...
Todo bem que fizermos, todo iniciativa que redunde em aprimoramento da qualidade de vida, será providência de importância para superação dos grandes desafios existenciais do ser humano e para melhora do planeta.
Deixemos, pois, os estágios de acomodação. Movimentemos nossas forças físicas e intelectuais para perceber ao nosso redor, que contribuição podemos oferecer com o conhecimento que já detemos, em favor de tantos que ainda o ignoram...
As possibilidades são inesgotáveis.
Basta colocarmos nossa criatividade em ação. Como ensina a resposta à questão 969 de O Livro dos Espíritos – que se refere à atividade dos espíritos puros – a postura de contemplação é de uma felicidade estúpida e monótona; seria mais a do egoísta, uma vez que a existência seria de inutilidade.
Embora a explicação refira-se aos espíritos puros, ela cabe igualmente a nós, os que ainda estamos a caminho. E já que buscamos combater o egoísmo que ainda persiste em nós, comecemos, pois, a sair da acomodação para movimentar forças. Pelo menos em gratidão às bênçãos do conhecimento que nos beneficia.
*Deolindo Amorim foi um grande didata a serviço do Espiritismo.
De personalidade serena e afetuosa, lutou incessantemente contra a corrupção do pensamento doutrinário e pelo entendimento da obra de Kardec.
Orson Peter Carrara - Matão-SP
Esse questionamento tem chamado muito a atenção nos tempos atuais. Há uma preocupação peculiar com a saúde, que hoje já tem um conceito bastante ampliado e não restrito apenas aos órgãos e células, mas igualmente abrangente para as questões emocionais e psicológicas e de relacionamento.
Afinal, seria o caso de perguntarmos:
a) De dois homens da mesma idade que sofrem ataques cardíacos, por que o homem solteiro e deprimido tem maior probabilidade de falecer da doença cardíaca do que o homem que é casado e não está deprimido?
b) Se uma mulher sofre de artrite reumatóide, por que o quadro se mantém relativamente estável quando sua vida está tranquila, mas se agrava quando tem conflitos com um filho?
c) Por que pessoas com pouco poder de decisão no emprego sofrem mais ataques cardíacos e desordens intestinais que seus superiores hierárquicos na empresa?
d) E por que o isolamento social é tão prejudicial à saúde quanto o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo?
Claro que o assunto não se restringe apenas às questões propostas. Elas aí estão apenas como exemplos. O assunto é inesgotável e abrange muitos fatores. Entre eles estão o envelhecimento natural, inevitável, as enfermidades trazidas na bagagem e aquelas adquiridas pelos vícios de toda espécie.
O que se deseja enfatizar aqui é que as emoções influem decisivamente na saúde física. O que pensamos, os sentimentos que alimentamos influem diretamente na saúde ou na eclosão de doenças.
Daí pensar que não vale a pena alimentar-se de rancor, de ódio, de vingança. Guardar mágoas, ficar sentindo inveja ou ciúme só servem para destruir ou danificar as células, comprometendo o equilíbrio orgânico. A melhor postura para se ter boa saúde é alimentar pensamentos saudáveis, alegrar-se com o dinamismo da própria vida e trabalhar incessantemente pelo próprio crescimento e, óbvio, aplicarmo-nos igualmente ao bem coletivo em ações humanitárias e construtivas.
Em síntese, podemos resumir sem medo: amar! Amar a si mesmo, amar a Deus, confiar na vida, amar o semelhante, continuar trabalhando. Eis o segredo!
O assunto é amplo, envolve múltiplas questões. O objetivo aqui é destacar a importância da alegria, do otimismo e citar o mais poderoso antibiótico que se pode usar no tratamento das doenças. Ele não tem custo financeiro, não tem efeitos colaterais e só pede o sacrifício do orgulho e do egoísmo. É o perdão!
Tenho abordado o assunto em palestras, com ampla repercussão. É que as recomendações de Jesus à humanidade constituem o mais poderoso medicamento para nossas enfermidades, pois afinal somos os próprios autores de nossas doenças, tragédias e sofrimentos. O Evangelho é o maior e melhor compêndio de saúde já apresentado à Humanidade. Dele derivam ensinos que preservam a saúde e trazem a felicidade. A conquista dessa sonhada felicidade e da saúde plena é o uso e prática desse autêntico manual de relacionamento.
Não tenhamos medo nem receio de adotá-lo em nossa própria vida. A síntese dele é apenas respeitar a vida, respeitar a nós mesmos e entender que o próximo tem os mesmos direitos que tanto reclamamos para nós mesmos!
O casal atingiu cinquenta anos de convivência conjugal. Cinco décadas de experiências somadas, entre conquistas, alegrias, dificuldades, desafios, enfermidades, a chegada e desenvolvimento dos filhos e os conhecidos caminhos de uma família.
Filhos, netos, sobrinhos, genros, noras, irmãos, cunhados e cunhadas reuniram-se para festejar. Uma linda festa, simples e espontânea, com as alegrias e emoções próprias do importante e bonito momento.
Entre as homenagens, surgiu uma pergunta curiosa: haveria uma receita para se alcançar cinquenta anos de convivência conjugal, apesar das dificuldades próprias? Haveria algum segredo que pudesse ser repassado aos demais casais presentes para que a união matrimonial deles, já efetivadas ou próximas de ocorrer, também pudesse atingir tão expressivo alcance de relacionamento?
A resposta veio na voz da esposa: respeito e amor.
Sim, resposta coerente, sábia. Claro, basta pensar um pouco.
Respeito envolve tolerância, compreensão, reconhecimento ao espaço do cônjuge, valorização de suas idéias e interesses. A própria palavra respeito já indica esse perfil de saber que o outro é outra pessoa e não alguém sujeito às nossas vontades e direcionamentos. Para que a união tenha êxito, esse item não pode ser esquecido.
E não há dúvida que o respeito é consequência direta do amor. Ou também podemos dizer que o amor surge e permanece quando há respeito.
Vejamos que ligação coerente, lúcida. Uma resposta sábia.
Cometemos um grande equívoco quando colocamos a felicidade na dependência do outro, quando achamos que o outro deve nos fazer felizes. Na verdade o contrário deve ocorrer. A felicidade existe quando fazemos a felicidade do outro. Já imaginaram isso vivido reciprocamente?
Somente o respeito e o amor podem fazer isso...
Portanto, amar, respeitar. Eis a receita tão procurada...
Difícil? Nem tanto. Basta a renúncia ao egoísmo...
Julho / 2009
Orson Peter Carrara
As instituições espíritas estão vivendo momentos difíceis de sua história: a sensibilização geral da própria família espírita para o efetivo estudo e comprometimento com a lúcida proposta apresentada pela Doutrina Espírita.
Costuma-se dizer que falta trabalhador, que muitos não comparecem nem ajudam quando mais se precisa, que em muitos casos há uma debandada geral, que falta responsabilidade e por aí vai... Deixemos esse aspecto negativo de lado. Cada criatura é dona de seus próprios rumos e não temos o direito de questionar as opções. Temos é que fazer a nossa parte.
Todavia, há um segredo esquecido. Da entrevista com Sandra Borba – renomada expositora espírita de Natal-RN, publicada na revista eletrônica www.oconsolador.com, edição 98 de 15/03/09, extraímos uma das perguntas e respectiva resposta para apreciação do leitor e objetivo da presente abordagem: O Consolador: Há uma maneira de sensibilizar mais a família espírita para o estudo e comprometimento com a proposta espírita?
Resposta: A instituição espírita deve se tornar uma comunidade educativa, pela própria natureza pedagógica da Doutrina.
Obviamente que não lidamos com processos invasivos na intimidade dos frequentadores das casas espíritas, mas podemos sensibilizar as famílias e os trabalhadores através das diversas atividades já desenvolvidas no interior das instituições, sem que nos sintamos inibidos de buscar novas práticas, respeitando o bom senso que deve caracterizar nossos processos comunicativos e interativos. Existe algo, porém, que precisa urgentemente ser repensado entre nós: a casa espírita não é apenas o ponto de encontro de trabalhadores, mas a escola de almas de irmãos que necessitamos estreitar nossos laços de amizade, inclusive fora do espaço institucional.
Os grandes ou pequenos problemas de relacionamento interno, nas instituições, podem ser atenuados e até resolvidos se pararmos para pensar um pouco no final da resposta de Sandra: Existe algo, porém, que precisa urgentemente ser repensado entre nós: a casa espírita não é apenas o ponto de encontro de trabalhadores mas a escola de almas de irmãos que necessitamos estreitar nossos laços de amizade, inclusive fora do espaço institucional.
Eis o detalhe: almas de irmãos que precisam estreitar laços de amizade, inclusive fora do espaço de convivência do trabalho espírita.
Vivemos apressados, correndo, apenas vinculados à rotina do trabalho, esquecendo-nos de estender as mãos e conviver também fora do ambiente físico da instituição a que nos vinculamos.
Precisamos nos colocar mais na condição de irmãos, seres humanos com suas lutas humanas semelhantes, ao invés de nos postarmos simplesmente como orientadores da vida alheia, quando na verdade igualmente somos todos necessitados de orientação.
E como seres humanos precisamos todos uns dos outros. Mais do que imaginamos. Esse toque de fraternidade é o detalhe para mutuamente nos sensibilizarmos.
Essa atenção provinda da fraternidade, da empatia, eis o segredo de aperfeiçoarmos os relacionamentos.
Agradeçamos a Deus a benção da chuva que nos visita na crise que se instalou. Do poeta fluminense Casimiro Cunha, que nasceu em Vassouras-RJ no dia 14 de abril de 1880 e cujo centenário de morte comemora-se exatamente no dia 7 de novembro (faleceu em 1914), trago o lindo poema que intitula nossa matéria da semana, pelo lápis de Chico Xavier e constante do livro Cartilha da Natureza (edição FEB):
Folhas secas. Terra ardente.
Calores. Desolação.
Mas a chuva vem do céu
Trazendo consolação.
Toda semente que é boa,
Entre júbilos germina,
É a bela fecundação
Da natureza divina.
As árvores ganham forças,
Alimpa-se a atmosfera,
A verdura em toda parte
Tem cantos da primavera.
Às cidades, como aos campos,
Aos ninhos, à sementeira,
O pombo níveo da paz
Traz o ramo da oliveira.
Sopra o vento brando e amigo,
Em vagas cariciosas,
Levando a mensagem doce
Que nasce do odor das rosas.
A chuva que cai do alto
É benção que se derrama...
Na flor é orvalho celeste,
No pó do chão faz a lama.
Assim, também, os ensinos,
Que nos dão verdade e luz,
São a chuva generosa
Da inspiração de Jesus.
Cai sobre todos. No amor
É raio de perfeição,
Mas no pó da ignorância
É falsa compreensão.
Deus, porém, que é Pai Bondoso
Entre as leis universais,
Faz com que a lama produza
Sementes, flores, trigais.
*
Eis a razão pela qual
Nossa indigência produz:
Inda mesmo em nossas sombras,
O evangelho é sempre luz.
Assim como a chuva abençoada que fecunda a terra, o evangelho fecunda os corações. Na homenagem pelo centenário de morte do poeta, nossa gratidão a Deus pela chuva e o desejo permanente de sermos melhores!
Ler, pensar e refletir sobre os textos de Emmanuel é sempre oportunidade renovada de aprender continuamente. A capacidade de síntese desse notável benfeitor que se utilizou das mãos abençoadas de Chico Xavier para nos orientar através de seus textos é admirável. Suas linhas compactas, seus parágrafos e textos lúcidos ensinam muito. Daí a importância de nos debruçarmos sobre seus livros para saciar a sede de conhecimento e aprender muito. Seus romances clássicos ou seus livros de mensagens que comentam o Evangelho ou os livros da Codificação são preciosos.
No livro Rumo Certo, editado pela FEB, no capítulo 49, encontramos a importante reflexão Não censures, de onde nos permitimos refletir sobre os ensinos ali contidos. Ao convidar à não censura, Emmanuel já traz valioso ensino no início de sua abordagem: Onde o mal apareça, retifiquemos amando, empreendendo semelhante trabalho a partir de nós mesmos.
Note o leitor que diante de mal de qualquer origem, ela pede que nos retifiquemos amando, ao invés de apenas censurar, a partir de nós mesmos e na sequencia relaciona exemplos do artista e do cirurgião que, utilizando atenção, carinho, paciência, retifica os quadros a que se dedicam ou se lhes apresentam, alcançando resultados em suas áreas específicas.
É que em tudo, como indica a sequencia do texto que sugiro ao leitor conhecer na íntegra, ele destaca a importância da paciência para se alcançar resultados. Isso porque o progresso, a luz, a felicidade nasce da construção lenta do tempo. Citando Deus com sua esperança e paciência infinitas, coloca o exemplo magnífico da semente que se transforma para gerar os frutos de sua essência, através do tempo...
Parece-nos que o objetivo maior da linda mensagem é destacar que, diante das adversidades a que estamos expostos, nunca devemos nos desesperar ou desanimar. É preciso mesmo muita paciência para transformar as ocorrências em bênçãos de aprendizado e orientação.
É que Deus está em toda parte, opera por caminhos que desconhecemos e transforma tudo em aprendizado para que amadureçamos nas experiências. Isto é amor Divino.
A experiência do próprio autor espiritual faz com que conclua a reflexão com a sabedoria que lhe é própria em linda frase: sempre que nos vejamos defrontados por dificuldades e incompreensões, saibamos servir com paciência e aprenderemos que, à frente dos problemas da vida, sejam eles quais forem, não existem razões para que venhamos a esmorecer ou desesperar.
Sim, porque Deus sempre permanece agindo através da sabedoria de suas leis e se usarmos a paciência nas dificuldades, superaremos os problemas e desafios e com uma grande vantagem: aprendemos algo mais, saímos amadurecidos. Afinal, tudo passa.
Caso você não tenha o livro em casa, poderá ler a mensagem na íntegra, pesquisando na internet: RUMO CERTO – Francisco Cândido Xavier – pelo Espírito Emmanuel. Você encontrará o livro todo e aí basta pesquisar no índice a lição 49.
A primeira atitude daquele homem foi descer do animal, um cavalo ou um camelo. Em sua caminhada encontrou aquele homem ferido, que havia sido desprezado por dois outros que ali passaram, conforme narra a conhecida Parábola do Bom Samaritano. Todo mundo conhece a parábola, nem é preciso narrar novamente. Seus personagens e desdobramentos são muito conhecidos e as lições morais daí decorrentes igualmente tocam o coração humano com lições incomparáveis.
Deixemos, todavia, aquelas lições já conhecidas, divulgadas e disponíveis para quem deseja ampliar o assunto e conhecer mais. Fixemo-nos na ocorrência da decisão do terceiro personagem, o bom samaritano, que encontrou o homem caído e ferido.
Sua primeira atitude foi descer do animal que o transportava. Isso não se deve apenas ao fato da comodidade de estar mais próximo, mas mostra a postura de decisão, de humildade principalmente, ao aproximar-se do enfermo caído. Antes de qualquer outra iniciativa de apoio que se sucedeu, como conhecida, ele antes desce do animal, aproxima-se, verifica a necessidade, para depois, então, agir como exigia o momento.
A ocorrência é repleta de ensinos. Ele sentiu a dor alheia, preocupou-se com a dificuldade, não se manteve no pedestal da facilidade de locomoção que se encontrava – o que naturalmente pode ser comparado com as facilidades do nome, do cargo, da posição social, entre outras circunstâncias –, que todos normalmente desfrutamos.
Ao aproximar-se, providenciou o que era necessário, como conhecido. Antes, a indiferença dos outros dois personagens. Sua aproximação, contudo, mudou todo o quadro da história. Desceu do animal com a disposição de ajudar, de fazer-se presente no que era necessário, de levar adiante as providências que o momento exigia.
As lições preciosas da citada parábola estão em todo o trecho. Desde o orgulho e a indiferença dos outros dois personagens e ganha destaque já a partir da decisão de socorrer o infeliz, quando, então, desce do animal.
Sim! Precisamos observar atentamente este dado inicial da parábola. Também precisamos descer dos pedestais do orgulho, do egoísmo, da prepotência, da vaidade, da indiferença. Na verdade, trazemos conosco o dever de atenuar as agruras alheias. Fácil? Nem sempre! Muitos desafios se apresentam nessa decisão de auxiliar a quem precisa, mas é importante que não permaneçamos indiferentes, que façamos o que esteja ao nosso alcance.
E esta decisão não se resume apenas no socorro à dificuldade alheia. Ela pode ser ampliada por meio da boa vontade e da disposição em ser útil. Também se encaixa perfeitamente em facilitarmos o andamento das providências e ocorrências do cotidiano. Seja no trato com um animal doméstico, com uma criança, com idosos, com outros adultos de nosso relacionamento, perante as providências diárias, na vida social, familiar ou profissional.
Desçamos, pois, de nossas pretensões. Aproveitemos a bela lição para revermos nossos próprios comportamentos perante perspectivas da própria vida e principalmente perante as dificuldades alheias...
O dia 30 de janeiro é conhecido como o Dia da Saudade! A palavra, por si só, já propõe pensar em tanta lembrança que é quase impossível destacar esta ou aquela.
Na verdade, quem ama sente saudade. Pode ser de uma música, de um ser amado distante ou ausente, de uma paisagem, de uma convivência, de uma circunstância... Ah!, há tanto para lembrar e sentir aquele sentimento agradável que é a saudade.
O que é que o leitor tem saudade? O que gostaria de reviver, quem gostaria de encontrar novamente, onde gostaria de ir outra vez?
São os detalhes da saudade!
Diante dos destrambelhos da atualidade, com a corrupção galopante e teimosa, parece que a saudade dói, aumenta mais. Afinal, o que estamos assistindo, nos abusos vários que imperam na sociedade, faz voltar a mente ao conforto de tempos que se foram onde havia mais respeito pela civilidade, pela soberania nacional, pela educação.
Mas não nos impressionemos. Este tumulto generalizado é apenas um processo necessário para colocar a casa em ordem novamente. Isso tudo vai passar. As ilusões a que se entregam os que se satisfazem na vaidade, no abuso do poder, nas tentações e ilusões passageiras da comodidade material, sem outras preocupações e providências em favor da vida coletiva – esquecidos de nossa real natureza imortal que vai sobreviver no tempo e terá encontro inevitável com a própria consciência – são tão efêmeras, tão frágeis, que os esforços para tentar segurá-las serão todos infrutíferos, pois o tempo marcha incessante, indiferente à nossa postura e às nossas escolhas.
O que estamos vivendo, na intensa desorganização social, requer uma postura de firmeza moral. Não nos deixemos impregnar por essa onda de pessimismo e abandono. Essa onda de abandono e desorganização, de indiferença e descrença também é uma grande ilusão.
Ela é criada pela descrença daqueles que desconhecem ou desprezam que há um poder que governa a vida. Por egoísmo, muitos de nós, os humanos, nos deixamos iludir pelo desejo de poder, pela ambição desmedida e nos entregamos a essa loucura social ilusória que se generaliza.
Mas aqueles que somos ou não cristãos, guardando fé e confiança na vida – diga-se Deus –, devemos exercitar a resignação diante das adversidades, erguermo-nos na coragem e na fé, mantendo a dignidade da firme postura moral, pois estes são os valores que vão nos amparar nesses momentos de transição e difíceis da atualidade, que, repita-se, vão passar.
Nada, pois, de medo, desespero, revolta. O momento é de fortaleza moral, conectando-nos a Deus com a confiança de quem sabe esperar.
E já que estamos lembrando o dia da saudade, busquemos também os bons momentos e recordações saudáveis que todos trazemos que, aliados à resoluta posição de seguir adiante, sejam elementos impulsionadores da alegria e da confiança em Deus!
O que desejamos ao leitor é que prossiga confiante. Prossigamos, eu meu incluo, óbvio!
O escritor Rubem Alves (www.rubemalves.com.br) publicou no Correio Popular, de Campinas, caderno C, página C-2, de 18 de julho de 2004, uma bela crônica intitulada O que é que você faria? Considerei-a muito oportuna. Embora longa (quase uma página), destaco ao leitor o teor principal. Ele traz uma estória no artigo e usa um exemplo médico, desculpando- se pela comparação, para citar como é importante a maneira de dizer as coisas ou se quisermos, como dizemos e a quem. Pois esta maneira pode destruir vidas e sonhos.
A história citada pelo escritor comenta o relacionamento de um casal que muito se ama. Ela desenvolveu um câncer no seio e teve que extraí-lo, mas isso não abalou o relacionamento do casal, apesar das dores e aflições. Em cinco anos, o outro seio também foi afetado, mas o bom e amigo médico que antes a atendera já havia morrido.
Procuraram outro médico, mas este, completamente insensível às dores do casal e especialmente da mulher, ao vê-la sem um seio, já exclamou friamente: “Mas a senhora já não tem um seio... Seu caso é muito mais grave do que eu imaginava”.
E o escritor, comentando a própria estória, colocou em seu texto: “Fico a me perguntar. Por que é que ele falou o que falou? Não falou para informar mulher e marido de uma coisa que não soubessem. Eles sabiam que ela não tinha um seio. Também não falou para certificar- se de algo que estava vendo mas não via bem, por ser ruim dos olhos, pois ele enxergava muito bem. E qual a razão do seu frio, imediato e cruel diagnóstico. Para que falou isso? Era necessário? Não, não era necessário. Seu diagnóstico em nada contribuiu para o tratamento daquela mulher. Ou será que ele falou assim por inocência? Não imaginava o veneno que suas palavras carregavam? Não imaginava o efeito de suas palavras sobre aquela mulher despida, sem um seio, humilhada, amedrontada. Se falou por inocência digo que o dito médico só pode ser um idiota que nada conhece sobre os seres humanos”
E continua: “Crueldade não é algo que somente existe nas câmaras de tortura. Ela se faz também com palavras. Há palavras cruéis que apagam a tênue chama da esperança. (...)” E pergunta em seguida: “(...) qual é o lugar, nos currículos de medicina, onde tanta coisa complicada se ensina, para uma meditação sobre a compaixão? É na compaixão que a ética se inicia e não nos livros de ética médica. Ah! Dirão os responsáveis pelos currículos – compaixão não é coisa científica. Não entra na descrição dos casos clínicos. Não pode ser comunicada em congressos. Portanto, não tem dignidade acadêmica. Certo. Mas acontece que não somos automóveis a serem consertados por mecânicos competentes. Somos seres humanos. Amamos a vida, queremos viver. Sofremos de dores físicas e de dores da alma: o medo, a solidão, a impotência, a morte. O que esse médico fez não tem conserto. Uma vez feito a ferida sangra. Palavras não podem ser recolhidas. O sofrimento foi plantado.(...)”
E como indagou o autor em seu texto, deixo a pergunta para nós mesmos: o que é que faríamos na mesma situação? Claro que não especificamente como médico, pois o exemplo se aplica a qualquer outra ocorrência de relacionamentos humanos.
A situação traz à lembrança o capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado Bem-aventurados os misericordiosos. No subtítulo O argueiro e a trave no olho, em lúcido texto, pondera o Codificador: “Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes de ver o que está em nós. (...) Que pensaria eu se viesse alguém fazendo o que faço? Incontestavelmente é o orgulho que leva o homem a se dissimular os próprios defeitos, tanto ao moral como ao físico. Esse defeito é essencialmente contrário à caridade, porque a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente (...). Se o orgulho é o pai de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes; encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações (...)”.
Nessa última palavra, podemos enquadrar as situações do exemplo acima, na questão médica e que pode ser transferida para qualquer outra situação, onde nos permitimos desprezar, discriminar, maltratar com palavras ou acentuar o sofrimento de alguém com nossa maneira de dizer...
Afinal, nada justifica a crueldade, ainda que em palavras.
O notável escritor, jornalista e político Humberto de Campos nasceu em 25 de outubro de 1886 em Miritiba (MA). De origem humilde, com a morte do pai quando tinha apenas seis anos de idade, mudou-se para a capital São Luiz, onde começou a trabalhar no comércio local e aos dezessete muda-se para o Pará, onde começa sua atividade jornalística na Folha do Norte.
Em 1910, com apenas 24 anos, publica seu primeiro livro e dois anos depois muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a ganhar destaque no meio literário, angariando amizade com os escritores Coelho Neto e Olavo Bilac. Começa a trabalhar no jornal O IMPARCIAL ao lado de figuras ilustres como Rui Barbosa, José Veríssimo, entre outros, tornando-se gradativamente cada vez mais conhecido em âmbito nacional por suas crônicas, publicadas em diversos jornais das principais capitais brasileiras. Membro da Academia Brasileira de Letras, ingressa também na política com Deputado Federal, sendo cassado na Revolução de 30. Faleceu no Rio de Janeiro em 05 de dezembro de 1934, com apenas 48 anos.
Mas o grande escritor não interrompeu seus escritos. O conhecido médium Chico Xavier publicou vários livros por meio da psicografia trazida pelo referido Espírito, gerando rumoroso caso na justiça, movido pela família do escritor com alegação do pagamento dos direitos autorais. A demanda judicial, de grande repercussão e polêmica à época, foi julgada improcedente e todo o material dessa disputa jurídica está disponível no livro A Psicografia ante os tribunais, do Dr. Miguel Timponi, e editado pela editora FEB. E traz o significativo subtítulo: O caso Humberto de Campos no seu tríplice aspecto: Jurídico, Científico e Literário. É obra que merece ser conhecida. A partir daí o autor e consagrado escritor passou a usar o pseudônimo Irmão X, também com vários livros publicados.
Entrevistei Isabela Pereira Esperança, de Barra Mansa (RJ), admiradora, estudiosa e pesquisadora da obra de Humberto. A entrevista ainda está inédita na íntegra, mas reproduzo aqui uma das perguntas e sua respectiva resposta, para apreciação do leitor:
6 - O que pensa entre Humberto encarnado e o espírito Humberto?
No primeiro livro psicografado de Humberto de Campos publicado em 1937 com o título Crônicas de além-Túmulo, três anos depois de sua desencarnação ocorrida em 1934, já no prefácio o autor assume seu passado materialista, em que ideias transcendentais de perpetuidade do espírito seriam idealistas e distantes da realidade prática da vida. Enquanto encarnado sua índole de revolta e amargura diante dos sofrimentos e dores nas experiências da vida, como ele mesmo se autobiografia, impediu que a fé florescesse em seu coração conturbado (...) saturado que estava de fórmulas religiosas e filosóficas de seu tempo como ele mesmo diz “o pior enfermo é sempre aquele que já experimentou todos os específicos (medicamentos) conhecidos”. Desencarnado, se surpreende com a nova situação além-túmulo. Em seus últimos anos de vida julgava o túmulo o fim, e diante continuidade da vida, fica perplexo ao se deparar com a realidade espiritual que em nada corresponde as ideias religiosas impregnadas de símbolos, de anjos, inferno e céu. Esta nova experiência abre enfim seu coração para o medicamento evangélico, reconhecendo-se como estudante novo diante da eternidade como relata no conto “De um casarão de outro mundo”: “Ah! Meu Deus, estou aprendendo agora os luminosos alfabetos que os teus imensos escreveram com giz de ouro resplandecente no livro da Natureza. Faz-me novamente menino para compreender a lição que me ensinas!” A obra de Humberto de Campos desencarnado é ao trabalho de um espírito intelectualizado, e agora desperto, que procura avidamente regenerar seu coração como escreve no prefácio do livro Boa Nova “É que existem Espíritos Esclarecidos e Espíritos Evangelizados, e eu, agora, peço a Deus que abençoe a minha esperança de pertencer ao número desses últimos."
Este título estranho, diferente, cuja palavra não consta de nosso dicionário em português, é nome de um grande espetáculo musical, cujos personagens retratam um mundo de paz e harmonia e recebem a visita de um ser provindo de nosso sofrido planeta, que fica incumbido de levar a mensagem de uma nova vivência para construção e manutenção da paz que tanto o planeta almeja.
A apresentação teatral, com as lindas músicas e canções, somadas à performance dos personagens, onde se integram malabaristas e contorcionistas, cantores e outros extraordinários artistas – que representam seres exóticos – emociona e faz pensar.
O mais marcante, porém, é a mensagem que caracteriza o espetáculo. Sem identificação religiosa, e exaltando o perdão e a bondade em toda sua pura expressão, as letras das canções destacam o amor como única solução para os problemas humanas.
Na música tema, por exemplo, o trecho que mais se destaca: “praticar o bem é ser muito mais feliz, não há espaço para a tristeza onde há o amor”, é o mais perfeito convite à harmonia que tanto buscamos, seja interiormente ou com nos conturbados relacionamentos da atualidade.
A peça é um Evangelho vivo que emociona adultos e crianças, é um autêntico convite à renovação interior, um apelo à solidariedade, um sorriso para o amor e a bondade.
É uma apresentação impactante! Sob todos os aspectos.
A criatividade humana realmente impressiona na capacidade de sensibilizar, na arte de interpretar, na grandeza do sentimento.
Quero sugerir ao leitor ouvir a música tema no youtube. Pesquise no google com a expressão: Korvatunturi - Um Mundo Encantado, ouça a linda e impactante canção e veja outros clips que retratam a magnífica apresentação.
Isso tudo dá felicidade porque mostra o quanto somos capazes. Nossa inteligência e nossa criatividade são capazes de prodígios de toda espécie, faltando-nos apenas direcionar essa energia para o amor que envolve e faz a felicidade. Por isso a mensagem principal: Praticar o bem é ser muito mais feliz!
Já não é hora de questionarmos a nós mesmos: o que é praticar o bem? O que é o bem? Como é praticá-lo? Onde, quando, como?
Ficam as indagações à reflexão do leitor neste início de 2015.
A virtude da solidariedade fica em clara evidência por ocasião do Natal. Muito natural, em face ao próprio clima natalino que domina a sociedade e motiva ações em favor do próximo. Embora ela esteja sempre presente nas ações humanas, muitas vezes de forma oculta ou anônima, é no Natal que mais há movimentações nesse sentido.
É que ela, a solidariedade, é filha do amor ou da caridade. A caridade pensa antes nos outros e vai ao encontro das necessidades do próximo. Inspirada pela presença do Cristo no planeta e desenvolvida por vários de seus missionários que vieram ao planeta, ela se contagia nos corações humanos por ocasião do Natal. É que nos deixamos, todos, envolver pela doce lembrança do Mestre da Humanidade, que nos pede, sim, aliviar as agruras humanas onde pudermos. Isso inclui a comida, o remédio, o brinquedo, a roupa, mas também a gentileza, o afeto, a paciência, a tolerância...
Melhor que incorporássemos todas essas virtudes no cotidiano de cada dia. Muito mais que as luzes externas do Natal, que enfeitam as casas e criam os apelos comerciais, o Natal significa a lembrança da perene mensagem de amor. Muito mais que presentes e eventos de alimentação, que nossas atitudes reflitam as luzes interiores que vamos adquirindo com a noção do dever que temos de espalhar e viver o amor em suas várias manifestações, especialmente aquelas que atenuem, aliviem, o ambiente onde vivemos, com quem vivemos.
Sim, movimentemos ações solidárias, integremos equipes, apoiemos iniciativas. Aqui na cidade, com em tantas outras, em instituições, há decisões e planejamentos diversos para que não falte alimento, roupa, lazer e nem carinho para quem se sente sozinho ou aflito por razões que nem sempre alcançaremos.
A conhecida frase SEJA SOLIDÁRIO PARA NÃO SER SOLITÁRIO é de grande expressão e devemos pensar nela. Quando nos estendemos as mãos mutuamente, nos tornamos ligados por laços indestrutíveis, onde se incluem a amizade, a gratidão e, claro, a consciência do dever.
Nesse momento difícil e desafiador da humanidade, com o império das drogas, da violência e da corrupção, ergamos a decisão de algo fazer, continuando a fazer, para levar felicidade a quem se sente solitário e aflito. Que as músicas comoventes do Natal nos sensibilizem para as ações no bem, da caridade, do amor.
Crianças, idosos, homens e mulheres, não importa. Sempre haverá alguém em conflito, com dúvidas, com dificuldades. Sejamos nós aqueles que chegam com o sorriso, a compreensão, o estímulo. Para fazermos a vida melhor.
De todos os males e imperfeições humanas, qual o pior deles? A pergunta fora dirigida pelo aprendiz ao seu mestre. A sabedoria da mente lúcida daquele condutor de almas respondeu sem hesitar: – É a inveja!
Ela é a raiz de todos os males, fonte de desgraças, inimiga virtual do bem geral e coletivo. Na verdade, se bem analisada, ela é a causa de todas as falhas humanas, gerando a calúnia, a desarmonia, a deslealdade, a ambição. Ela também é a grande administradora das guerras e dos ódios e como ágil serpente, infiltra-se por toda parte, envenena relacionamentos, corrompe e avilta.
O olhar do invejoso é estéril, frio, inexpressivo. Suga, insaciável, a seiva da árvore que a abriga, morde a mão de quem lhe presta auxílios e, incrivelmente, é inimiga de todo aquele que lhe faz bem.
Não sabe agradecer e se lhe atendem em suas necessidades, cercado de atenções, afasta-se logo e alega que apenas lhe pagaram pelo muito que deviam. Por outro lado, se lhe dão de beber quando tem sede (o exemplo da sede amplia-se para outras questões), bebe avidamente, mas proclama depois que a água não estava pura.
A inveja é aquela voz a reclamar de maneira permanente e principalmente a quem lhe ampara. E, pior, parecendo ter amigos, fale e age na ausência deles como verdadeiro inimigo que é, no uso da intriga e da maledicência.
E é possível reconhecer a inveja nas almas humanas? Conhece alguém assim?
Sim, é fácil. O homem dominado pela inveja é o mais infeliz de todos. Jamais se satisfaz. Se possui um bem, prefere ambicionar o alheio, as aos bens alheios nega todo bem. Vive angustiado e amargurado. Não sorri, não sonha, não chora porque insensível.
Também não olha francamente, apenas entreolha, e está sempre a distribuir amargor e mal estar ao seu redor. Essa imperfeição humana deforma de maneira tão expressiva a alma humana que se torna fácil reconhecer um invejoso.
Afastemo-nos, pois, da inveja se desejamos a felicidade. A inveja é uma bobagem moral, uma perda de tempo sem precedentes. Por que comparar-se com o outro, com a posição alheia? Cada vida é uma vida. Filha ou geradora do ciúme, é um mal a ser combatido.
E pergunta ainda o aprendiz: – Que fazer, então, contra esse terrível mal? E respondeu o sábio:
– Nada! A não ser amar. Ama teu próximo, mais que a ti mesmo, e assim estarás livre da inveja.
Nota do autor: Texto com adaptações, inclusive com transcrições parciais, da crônica O maior dos males, extraído do livro ibase_add_user, de Dolores Bacelar, edições Correio Fraterno.
Reconheçamos com lealdade a nobreza dos princípios morais apresentados por Jesus de Nazaré à humanidade, fazendo-se portador da mensagem viva do Evangelho. Seus ensinos e orientações significam lúcida orientação de vida para que nos libertemos das ilusões mundanas e das graves quedas nos precipícios de nossas imperfeições morais.
Luz do mundo e modelo exato para a felicidade real da moralidade, sua presença e grandeza significam – além de conforto moral próprio – roteiro de alegrias e perene felicidade diante dos desafios da vida humana e complexos desafios evolutivos.
Sua bondade, por outro lado, expressa em autêntico amor aos irmãos menores que somos todos nós, indica o compromisso assumido de nos conduzir, chegando ao extremo de entregar-se ao sacrifício para nos ensinar o amor e o perdão, em gesto aparentemente mínimo que se transformou em roteiro celeste para a renúncia e a humildade que nos liberta de vícios e constrói o real caminho da felicidade moral que podemos alcançar.
Construtor do planeta, modelo e guia para a humanidade, Jesus foi capaz de dividir a história em antes e depois dele. Não é Deus, mas um irmão mais velho, criado antes e já habitante do estágio de perfeição – ainda que relativa diante de Deus –, sua experiência e maturidade constituem a única opção para uma vida melhor.
Seus ensinos, por meio das parábolas e bem-aventuranças e mesmo nas curas efetuadas – normais para o conhecimento que detêm e não milagres – ou nas orientações aos discípulos, apóstolos e seguidores, significam sabedoria proveniente da experiência e maturidade acumulada, mas sem dispensar bondade e imenso amor capaz de contagiar intensamente todos aqueles que se deixam tocar pela energia que fluem de suas palavras, de sua presença pessoal ou de sua autoridade moral inquestionável.
Neste Natal, esse ar diferente, esse clima de entusiasmo – apesar dos apelos comerciais próprios da época – são resultantes da presença marcante de Jesus em favor da Humanidade, de maneira mais intensa evocado em dezembro pela humanidade cristã do planeta.
Deixemo-nos também contagiar pelo entusiasmo, pela alegria de viver, pela gratidão a essa incomparável personalidade que nos pede humildade, renúncia, bondade e postura de perdão diante dos ferimentos físicos ou morais recebidos. Sua sabedoria sabe que quando perdoamos nos libertamos das prisões que nós mesmos criamos com nossa rebeldia ou condicionamentos vários que vamos alimentando ao longo dos relacionamentos conflituosos.
Por gratidão à sua divina presença, ao seu imenso amor, à sua incontestável e patente realidade de sua bondade e amor para conosco, deixemos que mais que as luzes externas das fachadas comerciais ou residenciais se transformem em luzes interiores, as luzes da solidariedade, da humildade, da disposição de servir, da alegria de viver, da gratidão, virtudes capazes e potentes para transformar o sofrido cenário da atualidade num ambiente de paz e harmonia, a partir dos lares que se refletem na sociedade.
Por isso, nesse Natal, nosso coração pulsa para dizer: Obrigado Senhor Jesus!
Aos leitores, nossos votos de um Natal feliz, repleto de harmonia no coração!
Saí do cinema com o coração apertado. O sentimento desperto, ao assistir ao filme, foi de imensa compaixão para com nossas dificuldades humanas.
O notável músico, produtor, cantor, compositor, que deixou músicas lindas e empolgantes, levou uma vida difícil, iludido pela conquista material, levado pelas drogas. Tim Maia é o nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia (28/09/42 – 15/03/98). De infância pobre, família com muitos irmãos, viveu os primeiros tempos da mocidade com contatos com grandes nomes da música brasileira, entre eles Roberto e Erasmo Carlos, entre outros. A história de vida do cantor e compositor mostra bem o quanto nos iludimos pelas conquistas materiais e o quanto precisamos nos estender as mãos uns aos outros, considerando nossas fragilidades morais e emocionais.
Longe de qualquer julgamento, consideremos que não temos o direito de julgar comportamentos e dramas alheios. Afinal cada criatura tem o seu drama próprio, a sua aflição, a sua dificuldade, a sua dor. Antes de julgar, na verdade, devemos nos compadecer e entender o próximo e suas lutas para que, inclusive, aprendamos igualmente com as lutas alheias.
A compaixão nos pede colocarmo-nos no lugar do outro, entender sua dor e igualmente algo fazer ou fazer o que nos está ao alcance para atenuar as agruras e aflições alheias, diminuindo os intensos dramas, tão variados e de tantas origens.
Notem os leitores a influência da infância difícil sobre a vida do conhecido cantor, o desprezo que sofreu, o preconceito que enfrentou, o exemplo danoso de lideranças religiosas a que se vinculou – uma na infância por tradição e outra já maduro, inclusive levado por um certo fanatismo.
Na verdade a compaixão está além do dó. O dó fica apenas no sentir. A compaixão age em favor das agruras alheias para diminuir ou suavizar os dramas que enfrentam aqueles que nos fazem sentir o doce sentimento da compaixão.
Perdemo-nos, os seres humanos, na orientação de vida, por motivos variados. Levados por ilusões diferentes, seja da posse, do poder, do sexo desvairado, da escravização pelo dinheiro, pela vaidade ou pelo orgulho. São experiências diferentes que cada um de nós enfrenta, justamente para aprendermos e amadurecermos.
Vendo o filme e sentindo o drama do cantor, sua decepção, seu amargor, sua solidão, cabe-nos o dever de orar pelo notável compositor, levado pelo materialismo, mas sem deixar de ser um ser humano, frágil como qualquer um de nós. Muitos nos iludimos com possível domínio sobre os outros e nos esquecemos do domínio sobre nós mesmos.
Por isso recomenda o benfeitor André Luiz: “(...) Sê o investigador de ti mesmo, o defensor do próprio coração, o guarda de tua mente (...)”.
Daí a importância da autoanálise da própria conduta, da observação dos atos que nos determinam as ações e reações diárias, da vigilância sobre as palavras que proferimos, do aprimoramento verbal e mental que nos caracteriza, da ponderação sobre nossas próprias responsabilidades e do aperfeiçoamento dos sentimentos.
Convenhamos: somos almas frágeis, carentes emocionalmente e todos trazemos ainda inúmeras imperfeições morais.
Mas não esqueçamos: somos ao mesmo tempo seres potencialmente capazes de superar nossas fraquezas. A vida pede essa decisão.
Vibremos em favor de Tim Maia. É alguém como qualquer um de nós, talentoso em sua área (aliás, a rouquidão da voz é sua grande marca), mas igualmente como qualquer um de nós, todos necessitados de permanente esforço pelo aprimoramento moral.
Se puder, veja o filme.
Convenhamos que a questão do MACRO e MICRO que nos envolve a vida é um autêntico quebra-cabeça, infinito e sábio, cheio de perspectivas e possibilidades para estudo e pesquisa, obra do Ser Absoluto, o Criador, Deus, a inteligência suprema do Universo, causa primeira de todas as coisas, conforme indicação de O Livro dos Espíritos, em sua 1ª questão.
Seja a investigação direcionada para o micro ou para o macro, em ambos encontraremos grandeza absoluta, infinita, ainda incompreendida por cientistas e pesquisadores, que “quebram a cabeça” em busca de respostas.
Isto vem revelar nossa pequenez e ao mesmo tempo demonstrar a grandeza do Criador. Interessante, porém, que nossa pequenez não surge como humilhante, pois o Criador não humilha. Antes, homenageia-nos com os espetáculos diários da natureza e com as descobertas que, gradativamente, nos permite realizar. Tudo já existe, mas permite obras de co-criação, através da infinita criatividade que somos capazes de desenvolver, o que traz progresso ao planeta, a nós mesmos, ao nosso círculo de relacionamento, ao planeta, enfim, justamente nas conquistas do macro e do micro.
Como imaginar, há algumas décadas, o progresso que já utilizamos atualmente?
E como imaginar o que está por vir?
Consideremos que sempre temos o que fazer; sempre temos o que pesquisar, o que aprender. Nunca conhecemos tudo. Consideremos ainda as perspectivas que se abrem – e que nem temos condições de avaliar e alcançar –, com vistas aos desafios do que os cientistas denominam hoje de universos paralelos? Como seria isso? Além do universo visível, outros se abririam, em outras dimensões? Como seria isso? Deus!
O assunto torna-se empolgante, pois já temos notícias do plano espiritual, invisível aos olhos humanos, carnais, mas real, vibrante. E agora abre-se perspectivas para universos paralelos, apenas considerando o plano físico... É difícil até de imaginar.
Se adentrarmos, então, para a questão do infinito – tanto do macro como do micro – nosso entusiasmo, admiração e perplexidade aumentam ainda mais. Como alcançar tudo isso?
Calma! É a palavra. Dominemos a ansiedade. O tempo fará seu trabalho em nosso favor. Por ora, fiquemos com a gratidão ao Pai Celeste. Mas também com a alegria desta notável herança, do futuro grandioso que a todos nos aguarda. Vamos trabalhando, caminhando, pesquisando, estudando... E aí repetiremos com o Sábio da antiguidade: Sei que nada sei...